O lipedema foi identificado e descrito por médicos há mais de 80 anos, mas apenas em 2022 foi enquadrado como doença. Além disso, o tema ganhou notoriedade recentemente, com diversos médicos alertando sobre a seriedade do problema.
Essa condição não possui uma causa específica e estima-se que cerca de 10% das mulheres apresentam a disfunção.
Apesar de ser um tema mais relacionado com a medicina, você sabia que é possível recorrer à estética para auxiliar no tratamento do lipedema?
Acompanhe a leitura para compreender essa condição e veja como a área da estética pode contribuir para melhorar a qualidade de vida das pessoas que possuem lipedema!
O que é lipedema?
O lipedema, conhecido também como Síndrome Gordurosa Dolorosa, é uma doença vascular crônica que atinge principalmente as mulheres. Embora seja possível desencadear em homens, isso é bastante raro.
Não existe uma resposta exata sobre os motivos do lipedema se manifestar, mas acredita-se que seja por fatores hormonais.
A disfunção se caracteriza pelo depósito de gordura, a qual fica distribuída de forma anormal em regiões específicas do corpo, como braços, pernas e tornozelos, sendo muito mais comum nos membros inferiores.
Os indivíduos com lipedema costumam apresentar inchaço, dores e celulite nas regiões afetadas. Por ser menos conhecido, é comum que a sociedade confunda a condição com obesidade, varizes e retenção de líquidos.
Mesmo que não traga prejuízos graves à vida das pacientes, o sofrimento psicológico devido à aparência estética e as dores nos membros afetados costumam impactar o dia a dia dessas mulheres.
Os 4 estágios do lipedema
Ainda que não tenha cura, o tratamento para lipedema é fundamental para melhorar a qualidade de vida da pessoa e principalmente, impedir uma progressão. A doença é evolutiva e possui 4 estágios.
Nos primeiros 2 estágios, o tratamento clínico costuma ser mais simples, enquanto os estágios 3 e 4 são mais complexos. Entenda a diferença entre cada um deles abaixo.
Estágio 1
A perna apresenta uma aparência mais “normal”, visto que a pele ainda é lisa e macia. Contudo, já é possível sentir nódulos e o inchaço aumenta conforme o passar das horas. Nesse estágio, elevar as pernas tende a resolver o problema. O tratamento costuma ser bem-sucedido.
Estágio 2
No estágio 2, o aspecto da pele já é irregular, sendo muito similar à textura de casca de laranja. A presença de celulite também é comum, bem como nódulos palpáveis e lipomas.
O inchaço aumenta ao longo do dia, mas ainda é possível melhorá-lo com a elevação das pernas. Nessa etapa, o tratamento costuma apresentar bons resultados.
Estágio 3
Aqui, o tecido subcutâneo já está mais endurecido e com a presença de fibroesclerose. Visualmente, percebe-se bem um aumento significativo de volume de gordura na região, que fica acometida por nódulos maiores e edemas consistentes.
Os inchaços são mais frequentes e persistentes, e a elevação das pernas já não melhora o cenário. Os tratamentos nesse estágio costumam responder menos do que nos dois primeiros.
Estágio 4
O último estágio se caracteriza pela alta presença de fibrose na pele e tecido subcutâneo. Além dos sintomas mencionados, há acúmulo de líquidos e proteínas na região.
O inchaço é persistente. Há presença de grandes nódulos e massas de pele e gordura sobrepostas.
Quais são as causas do lipedema?
Embora exista tratamento para lipedema, a medicina ainda não conseguiu identificar os motivos que fazem a doença surgir. Entretanto, já se sabe os estímulos que fazem o problema aparecer e se agravar.
Com isso, constatou-se que o desencadeamento ocorre a partir de episódios de desequilíbrio hormonal, como puberdade, gravidez, menopausa e uso de anticoncepcionais. Além disso, verificou-se que está ligada a fatores genéticos, visto que mulheres da mesma família podem desenvolver o problema.
Quem tem a condição não se livra dela, mas existem maneiras de evitar o seu agravamento, como o controle da alimentação e xoutras precauções. O ideal também é evitar a ingestão de bebidas alcoólicas, carne vermelha e açúcar, por exemplo.
Qual é a diferença entre lipedema e linfedema?
Lipedema e linfedema são diferentes e é possível perceber isso inclusive visualmente. O lipedema é o acúmulo de gordura em regiões como braços e pernas. O problema é simétrico e afeta ambos os lados do corpo.
Por outro lado, o linfedema é o acúmulo de líquidos e proteínas nas extremidades do corpo e costuma ser assimétrico, atingindo apenas um dos lados do corpo.
Quais são os sintomas?
Antes mesmo de pensar nos tratamentos para lipedema, o profissional precisa, além da análise visual, observar os sintomas que a cliente possui.
Conforme visto, o principal sintoma visual é o acúmulo desproporcional de gordura nos membros inferiores ou superiores, sendo muito mais comum nas pernas do que nos braços.
Desse modo, mesmo que a paciente faça dietas, reeducação alimentar, tenha uma rotina de exercícios e perca gordura corporal, os membros afetados continuam com o aspecto de inchado e com mais gordura que o normal, fazendo com que o corpo fique desproporcional.
Além disso, há outros sintomas, como:
- nódulos gordurosos (algumas pacientes falam que os nódulos se parecem com milho ou bolinhas de sagu embaixo da pele);
- hipersensibilidade ao toque;
- dor crônica;
- facilidade de sofrer hematomas ou surgimento de hematomas mesmo sem ter se machucado;
- problemas nos joelhos que dificultam a caminhada;
- pernas pesadas.
O indicado é que um médico especialista dê o diagnóstico, mas a própria profissional de estética deve se atentar a esses sintomas para pensar em tratamentos eficientes quando uma cliente comparecer à clínica e relatar o que sente.
Como é feito o diagnóstico?
De modo geral, não existe um protocolo específico para identificar o lipedema. Contudo, o profissional pode, a princípio, averiguar o histórico clínico da paciente. Na sequência, analisar o histórico familiar e verificar a existência dos sintomas também é importante para dar o diagnóstico.
É fundamental também fazer um exame físico detalhado. Durante a palpação da região, geralmente é possível sentir os nódulos de gordura desde o estágio inicial. Quanto mais avançada for a doença, maior será a presença de nódulos.
Por fim, é crucial eliminar outras causas, como obesidade e linfedema. Da mesma forma, é obrigatório constatar se o caso não se trata de má alimentação e sedentarismo.
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Quais são os tratamentos para lipedema?
Você já pôde ver um pequeno spoiler no vídeo acima, mas antes de falarmos mais a respeito dos tratamentos estéticos para lipedema, tenha sempre em mente que o problema não tem cura, apenas controle.
Sendo uma doença que exige tratamento multidisciplinar, a paciente provavelmente terá que consultar, além de profissionais da estética e fisioterapia, médicos que trabalham com saúde vascular e, dependendo do caso, até mesmo cirurgiões.
Falando especificamente dos profissionais da área da estética, é importante ter muito cuidado no momento da anamnese para identificar corretamente o problema e ter a certeza de que não se trata de gordura localizada ou celulite, por exemplo.
Isso porque um diagnóstico errado pode sugerir tratamentos equivocados e piorar a condição.
Abaixo, confira 3 procedimentos na área da estética e fisioterapia que contribuem no tratamento do lipedema.
Criolipólise
Começamos com a tecnologia citada pela profissional referência Amanda Fernandes no vídeo acima – retirado da participação da fisioterapeuta no podcast Papo de Estética. A criolipólise – especialmente de placas – é uma das principais tecnologias que podem contribuir para o tratamento.
E quando falamos em criolipólise de placas, um dos aparelhos mais conhecidos e um dos queridinhos do mercado, o Polarys Plaxx, é o grande destaque. Isso porque além da crio, a novidade da Ibramed também vem com correntes de eletroestimulação que podem complementar os tratamentos.
O equipamento possui placas côncavas, ideais para tratamentos de lipedema. Além disso, as suas correntes terapêuticas auxiliam na quebra de gordura e no aumento da circulação sanguínea, sendo um ótimo aliado nesses e em outros casos casos.
Drenagem linfática
Dando sequência ao lipedema, vamos abordar a drenagem. As massagens terapêuticas são ótimas para reduzir o inchaço e melhorar a circulação sanguínea do local. Ainda, podem ser associadas com a técnica de liberação miofascial para relaxar a musculatura e melhorar a mobilidade.
Para esse tipo de tratamento, o profissional pode contar com diversos aparelhos eficientes, como o Sonofocus, aparelho de ultrassom focalizado e massagem aura da Ibramed.
Este equipamento atua na gordura localizada do lipedema. Dentro do Sonofocus, a massagem aura é utilizada em conjunto com a drenagem para auxiliar no aumento da circulação sanguínea e redução do inchaço.
Criofrequência
Finalizando, a criofrequência é uma tecnologia que consiste no uso de uma ponteira congelada para resfriar a epiderme, camada mais superficial da pele, com as ondas eletromagnéticas da radiofrequência, que promovem o aquecimento da derme.
O frio causado pela ponteira ocorre de fora para dentro. Esse congelamento é controlado pela energia das ondas eletromagnéticas, que agem de dentro para fora. Desse modo, o encontro das duas temperaturas promove choques térmicos aos tecidos e uma tensão instantânea na pele, desestabilizando o metabolismo local.
Isso auxilia na formação de novas fibras de colágeno e elastina, quebra de gordura e oxigenação do tecido.
Assim, o procedimento ajuda no lipedema porque quebra a gordura acumulada nas áreas afetadas. Logo na primeira sessão, é possível perceber uma melhora na textura e firmeza da pele. Resultados melhores são vistos após uma média de 6 sessões.
Existem tratamentos para lipedema que os profissionais da saúde estética conseguem oferecer para melhorar a autoestima das clientes e, principalmente, ajudam na mobilidade e redução das dores no dia a dia.
Contudo, reforça-se a importância de ter atenção para realizar uma anamnese correta, de modo a garantir um bom atendimento e oferecer a melhor solução!
E você, o que achou deste artigo? Caso tenha gostado de aprender mais, aproveite para acompanhar a Rentalmed no Instagram e continuar descobrindo assuntos de estética facial e corporal!